Este painel dá continuidade à série de encontros da Commission iniciados em 2018, em Salvador/Brasil cujo objetivo é a visibilização e recuperação de trajetórias pouco conhecidas de mulheres antropólogas na história oficial das antropologias nacionais e na antropologia mundial. Mesmo presentes em toda a história da disciplina, as antropólogas têm sido pouco lidas, pouco citadas e pouco indicadas em bibliografias de disciplinas de antropologia. Apesar de diversas iniciativas de antropólogas feministas de rever a teoria antropológica a partir de uma perspectiva interseccional de gênero, raça e sexualidades, a formação antropológica continua reproduzindo perspectivas androcêntricas, ocidentais, brancas, capacitistas. Para reverter essa lógica, a contribuição de antropólogas e antropólogos africanas tem sido fundamental. Suas propostas de analise, possibilitaram a redefinição de narrativas e perspectivas sobre África e a sua diversidade cultural. Com efeito, ao desafiarem as narrativas colonialistas/eurocêntricas, contribuíram para a produção de conhecimentos antropológicos que refletissem realidades e experiências locais, as cosmovisões africanas e fizessem sobressair as vozes africanas nos espaços académicos. Uma abordagem que lhes permitiram desafiar as estruturas de poder, os estereótipos e os preconceitos que marginalizaram os antropólogos/as africanos/as. Assim, na continuidade dos painéis que organizamos em congressos da IUAES nos últimos anos em vários continentes, esta proposta, a ser realizada no congresso da WAU na Africa do Sul, visa tanto continuar o levantamento já iniciado de antropólogas de diferentes lugares do mundo quanto ampliar o conhecimento sobre antropólogas africanas “desconhecidas” ou pouco “reconhecidas”. Desta forma o painel permitirá construir para a criação de um corpo de literatura antropológica mais inclusiva e que promova a diversidade na disciplina, bem como uma reflexão crítica sobre os impactos do feminismo, da politica queer, do ativismo de género e ou ainda, do mulherismo na história da antropologia, valorizando as contribuições de mulheres, indígenas, pessoas queer, trans, não-brancas e outros grupos subalternizados na constituição da antropologia. Aceitaremos apresentações em português, inglês e francês.