Paper
Extrativismo tradicional de balata no contexto das operações madeireiras na Floresta Estadual do Paru
presenters
Bruno Alberto Paracampo Mileo
Nationality: Brasil
Residence: Brasil
Universidade Federal do Oeste do Pará
Presence:Face to Face/ On Site
Keywords:
Gestão florestal, concessão florestal, termo de uso, balateiros, Floresta Estadual do Paru
Abstract:
As concessões florestais foram pensadas a partir do manejo científico alemão do século XVIII e utilizadas para o extrativismo de recursos naturais durante a colonização europeia do continente africano, tendo sido abandonada devido a casos de corrupção e impacto ambiental. No Brasil, as concessões florestais estavam nos projetos desenvolvimentistas dos governos militares para a região amazônica a partir de tratativas internacionais com o serviço florestal estadunidense. Na atualidade, as concessões florestais foram reformuladas de modo a buscar alternativas para aqueles problemas, apresentando-se como um instrumento para o manejo sustentável e regularização fundiária de florestas públicas. Em tese, as concessões florestais permitiriam o manejo madeireiro em áreas públicas com maior controle estatal, valendo-se de instrumentos de fiscalização e auditoria, evitando os conflitos pela posse de terra e prevenindo o desmatamento de extensas áreas florestais. No entanto, a importância social das florestas está além do mercado madeireiro, possuindo significados simbólicos e relevância para outras economias que não obtém a mesma relevância na gestão florestal. Esse é o caso de um grupo de balateiros que reivindica acesso a Floresta Estadual do Paru motivados pelo ofício realizado por décadas. O extrativismo tradicional de balata foi a principal atividade econômica de municípios da calha norte do rio Amazonas entre as décadas de 1930 e 1970. Com o declínio da demanda comercial por balata, a atividade continuou para atender artesãos que produzem miniaturas de reconhecido valor cultural com temas da fauna e flora amazônica. Com a criação da unidade de conservação em 2006 e início de operações madeireiras, o extrativismo tradicional de balata ficou na ilegalidade e o grupo de balateiros passa e enfrentar violências simbólicas para ter o reconhecimento do direito em acessar a floresta por meio de um termo de uso.