Após a pandemia da Covid-19 entre 2020 e 2022, comunidades indígenas no Brasil sofreram com processo de marginalização e abandono de direitos sistemáticos. Considerando que no país, mais de 60% dos povos indígenas vive em área rural e com rendimentos limitados, o resgate de outros usos ancestrais do solo, para além do uso agrícola, como a produção artesanal de tintas e objetos cerâmicos podem significar novas formas de subsistência, e ainda resgatar saberes ancestrais. Portanto, é objetivo deste trabalho utilizar elementos da Etnopedologia, a partir do significado do solo (a terra) para a comunidade indígena Wassu Cocal, de Alagoas-Brasil, como a essência da sua ancestralidade, os seus costumes, as suas lutas e vitórias, enfim, do real valor da palavra: território. E a partir de oficina realizada na Serra da Barriga, com bolsistas do Projeto “Solo vivo” da Universidade Federal de Alagoas, mostrou-se na prática como é possível preservar os recursos naturais do aldeamento e ainda, gerar renda e sustentabilidade. Resgatando saberes ancestrais sobre a terra e as suas cores. Utilizando resíduos de solo de análises de Fertilidade (livres de elementos tóxicos) que são realizadas no Campus de Engenharia e Ciências Agrárias dessa Universidade. Os resíduos foram aproveitados em aula ministrada pela ceramista Cristina Lyra para produzir tintas ecológicas e elaborar souvenires à base de argila. Espera-se que o conhecimento adquirido pelos participantes da comunidade Wassu Cocal possam ser revertidos em novas formas de retorno econômico, a partir da arte. Porém, sem perder de vista o uso sustentável do solo e da água.