Paper
Desafios e (re)existências em comunidades quilombolas da Bahia: o exemplo do Tabuleiro da Vitória
presenters
Lúcia Maria Aquino de Queiroz
Nationality: Brasil
Residence: Brasil
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Presence:Face to Face/ On Site
Carmen Melo de Souza
Nationality: Brasil
Residence: BA
Presence:Online
Laís Cristina Ferreira dos Santos
Presence:Online
Keywords:
Comunidade quilombola; (re)existências; políticas públicas
Abstract:
As comunidades brasileiras remanescentes de quilombos se caracterizam fundamentalmente por sua ancestralidade, pela resistência ao desumano regime escravocrata, que vigorou no País por mais de 300 anos, e pela manutenção de bens culturais desenvolvidos a partir da consolidação da cultura afro-brasileira em diversos territórios do país. O presente trabalho, compreendendo a centralidade do território para comunidades tradicionais, dentre as quais as comunidades quilombolas, e para o campo do estudo das políticas sociais públicas, desde que se considere a relevância da abordagem dos aspectos culturais, das condições de sobrevivência e dos sujeitos que compõem a sociedade em questão, tem por objetivos analisar a (re)existência quotidiana dos moradores do Tabuleiro da Vitória, detentores de diversas práticas e conhecimentos considerados patrimônio imaterial e a efetividade (ou não) das políticas públicas direcionadas a esta comunidade remanescente quilombola, situada em Cachoeira/BA, no Recôncavo baiano. A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho compreendeu uma revisão bibliográfica, tendo sido também realizada pesquisa direta com 44 moradores do quilombo e entrevista com a presidente e a vice-presidente da Associação de Mulheres Quilombolas do Tabuleiro da Vitória e Adjacências. O quilombo Tabuleiro da Vitória retrata o quadro de desigualdade e de carência de políticas públicas presente na sociedade brasileira e, sobretudo, nas regiões historicamente à margem dos processos de desenvolvimento econômico. De modo geral, a pesquisa direta realizada para este trabalho indicou um perfil comunitário formado por pessoas com baixo nível de escolaridade e precário poder aquisitivo, dedicadas, sobretudo, à lavoura de gêneros de subsistência e/ou pesca/mariscagem, amplamente dependentes das políticas e programas governamentais de transferência de renda. E evidenciou como imprescindível ao desenvolvimento local, a realização de ações direcionadas tanto para os processos de preservação e difusão cultural, formação e qualificação da mão de obra, quanto para assegurar o acesso comunitário a políticas públicas.