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WORLD ANTHROPOLOGICAL UNION

CONGRESS 2024​

Paper

A trajetória da antropóloga Esmeralda Mariano nos estudos de gênero, sexualidades e saúde

presenters

    Vera Gasparetto

    Nationality: Brasil

    Residence: Brasil

    Presence:Online

    Ana Rossi

    Nationality: Brasil

    Residence: SC

    UFSC

    Presence:Online

Keywords:

Intelectual engajada; Moçambique; Gênero; Sexualidade; Saúde

Abstract:

O objetivo desta comunicação é trazer alguns elementos sobre a trajetória intelectual da antropóloga moçambicana Esmeralda Celeste Mariano. Nossa metodologia baseia-se em observação participante, conversas informais e entrevistas com a intelectual, que é pioneira nos estudos de gênero e saúde em Moçambique. Mariano é Diretora Adjunta da Pós Graduação da Faculdade de Letras e Ciências Sociais (FLCS) e coordenadora do pioneiro Programa de Mestrado em Gênero e Desenvolvimento da Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique. Possui mestrado em Antropologia Social (com enfoque em Ecologia Humana), pela Universidade de Bergen, Noruega, e Doutorado em Antropologia Social e Cultural, pela Universidade Católica de Leuven, na Bélgica. Realizou pesquisas sobre concepções inerentes à fertilidade feminina e a terra, saúde sexual, direitos reprodutivos, práticas de alongamento vaginal, “escolas de iniciação”, medicinas tradicionais, entre outros temas de grande relevância. A intelectual também contribuiu com uma pesquisa para a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre gênero, sexualidade e práticas vaginais, onde comparava quatro países: África do Sul, Moçambique, Tailândia e Indonésia. A pesquisa influenciou e provocou mudanças nos protocolos que a organização excercia sobre a vida e os corpos dessas pessoas, pois algumas das práticas sexuais, na perspectiva de organismos multilaterais do Sistema ONU, são vistas como práticas nocivas, quando na perspectiva local significava muito mais para os corpos, saúde e prazer do uma análise contaminada por uma perspectiva eurocêntrica. Esmeralda chama atenção sobre a necessidade de desconstruir e desmistificar alguns conceitos, como, no exemplo de Moçambique, para os nomes atribuídos, categorias e classificações referidas como mutilações genitais femininas pelas visões hegemônicas do Ocidente, que desrespeitam as tradições e histórias, vivências e experiências de povos outros.