Paper
POR ONDE ANDA O DINHEIRO DO AXÉ? D’UM CAPITAL “INVISÍVEL” E SUAS MAZELAS. PARTE 2: DO MERGULHO (NU) NO TERRENO (REFLEXÕES TEÓRICAS)
presenters
Adrião Filho Barbosa Fonsêca Filho
Nationality: Brasil
Residence: Portugal
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Presence:Face to Face/ On Site
Keywords:
Candomblé, patrimônio cultural, circulação de capital, máquina patrimonial, racismo
Abstract:
A cidade de São Salvador da Bahia tem corpo de tons coloridos em relevos exuberantes, bem como alma de vibração percussivamente contagiante. Seus cheiros de dendê em moquecas, abarás, acarajés e vatapás e sua musicalidade de carnavais em berimbaus, atabaques, agogôs e ganzás fazem-nos sentir a força viva do Candomblé em seu Axé.
Porém, tendo em mente o “fetichismo da mercadoria aplicado ao patrimônio”, vemos a afrodescendência sendo mobilizada para criar valor - mercadorização do autêntico - e produzir subjetividades: o cultural afrodescendente patrimonializado, na lógica da máquina patrimonial, passa a ser valioso de forma fetichista, não visando conceder assim, por ex., direitos sociais à população preta, mas sim movimentar a indústria turística.
Logo, conscientes dos processos de mercantilização do passado e de transnacionalização do Candomblé, a engendrar todo um intercâmbio transatlântico, este projeto estudará o fluxo de capital (ou capitais) gerado e promovido graças ao processo de patrimonialização do Universo do AxÉ, universo composto por singulares memórias privatizadas e por um hibridismo de espaços – e tempo. Ademais, visar-se-á ainda compreender quem de fato desfruta do patrimônio do patrimônio cultural supracitado.